As promessas de vacinas estão a ser quebradas

"Noutros países do mundo não há quase ninguém que tenha sido vacinado.

INGRID MACDONALD, COORDENADORA RESIDENTE DA ONU NA BÓSNIA E HERZEGOVINA

As promessas de vacinas estão a ser quebradas

Os países ricos não estão a cumprir as suas promessas de vacinas aos países de baixo rendimento

Até setembro de 2021, apenas 15 % dos mil milhões de doses de vacinas contra a COVID-19 prometidas ao COVAX pelos países de elevado rendimento tinham sido concretizadas.

O Diretor-Geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, abordou repetidamente a situação, afirmando aos líderes mundiais que "estão a morrer pessoas que não deviam morrer".

"Temos as soluções para travar a transmissão e salvar vidas. Mas essas soluções não estão a ser partilhadas."

Quando os países mais ricos do mundo concordaram em ajudar os países com rendimentos mais baixos, doando vacinas contra a COVID-19 e apoiando o COVAX, havia motivos para ter esperança.

No entanto, enquanto o lançamento de vacinas em países de elevado rendimento reduziu significativamente o risco de morte por COVID, os países de baixo rendimento vivem na incerteza.

A OMS tinha como objetivo vacinar 40% da população de cada país até ao final de 2021, mas esse objetivo não foi alcançado. No final do ano, alguns países ainda só tinham conseguido vacinar menos de 1% da sua população, devido à falta de abastecimento. Entretanto, em alguns países mais ricos, 90% de todos os adultos estão vacinados e a vida está a voltar ao normal.

Esta desigualdade espantosa deixa milhares de milhões de pessoas a pensar quanto tempo terão de esperar para estarem seguras.

"Toda a gente tinha sido generosa", diz a Coordenadora Residente da ONU na Bósnia-Herzegovina, Ingrid MacDonald, no nosso vídeo. "Mas o que vimos foi que, de repente, todas as vacinas foram tomadas por outros países que as tinham comprado".

Quando se trata de salvar vidas, todos os países deveriam ser iguais. Mas a desigualdade económica a que assistimos em todo o mundo está a refletir-se na desigualdade em matéria de vacinas. Os países mais ricos estão a comprar vacinas para si próprios, enquanto os países que não têm meios para o fazer ficam à espera.

"Os fabricantes prometeram dar prioridade ao COVAX e aos países de baixo rendimento", afirma o Dr. Ghebreyesus. "Não queremos mais promessas. Só queremos as vacinas".

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